Esquizofrenia: desmistificando a doença

Pessoa com esquizofrenia.

Tempo de leitura: 6 minutos 

A esquizofrenia ainda é cercada de estigmas, sendo frequentemente associada à violência ou à perda de contato com a realidade. No entanto, com tratamento e apoio adequados, é possível gerenciar os sintomas e viver ativamente.

Cerca de 1% da população mundial vive com esquizofrenia, o que no Brasil representa aproximadamente 1,6 milhão de pessoas, que além dos sintomas, enfrentam o peso do preconceito e da exclusão social. Está na hora de mudar essa percepção. 

Este conteúdo busca desmistificar o transtorno, explicando como ele afeta o pensamento, as emoções e o comportamento, e destacando a importância do apoio familiar e social para a recuperação e melhoria da qualidade de vida.

O que é a esquizofrenia?

A esquizofrenia é um transtorno psicótico que distorce a percepção da realidade. Quem tem essa condição pode vivenciar alucinações, delírios, pensamentos confusos e mudanças no comportamento. Ao contrário do que é muitas vezes mostrado em filmes e na mídia, não se trata de “personalidade dividida” ou “dupla personalidade”. É um distúrbio complexo, cujas causas envolvem uma combinação de fatores diversos.

Tipos de esquizofrenia

A esquizofrenia se manifesta de formas variadas, e os profissionais de saúde a classificam em subtipos para facilitar o diagnóstico e tratamento. Confira:

  • Esquizofrenia paranoide: delírios (de perseguição ou grandeza) e alucinações auditivas. A pessoa pode ser desconfiada e agressiva, mas o pensamento e a capacidade intelectual permanecem intactos.
  • Esquizofrenia desorganizada (ou hebefrênica): desorganização do pensamento e comportamento, com discurso incoerente e emoções inadequadas.
  • Esquizofrenia catatônica: alterações motoras, como rigidez, posturas estranhas, repetição de movimentos e palavras, alternando com agitação intensa.
  • Esquizofrenia indiferenciada: sintomas psicóticos variados e um quadro misto e instável.
  • Esquizofrenia residual: sintomas psicóticos diminuem, mas permanecem sinais de retraimento social, apatia e falta de expressão emocional.
  • Esquizofrenia simples (ou deteriorante simples): perda gradual de motivação, interesse e contato social, sem delírios ou alucinações evidentes.

Principais sintomas

Os sintomas da esquizofrenia se dividem em positivos e negativos:

Sintomas positivos

São manifestações adicionais ao comportamento normal.

  • Delírios: crenças falsas, como achar que está sendo perseguido ou que tem poderes especiais.
  • Pensamento desorganizado: discurso confuso e desconexo, dificultando a comunicação
  • Alucinações: percepções falsas, como ouvir vozes ou ver coisas que não existem.
  • Comportamento desorganizado: ações estranhas, como rir sem motivo ou reagir exageradamente.

Sintomas negativos

Representam a perda de funções essenciais.

  • Apatia: desinteresse por atividades diárias.
  • Retraimento social: distanciamento de amigos e familiares.
  • Afeto embotado: emoções distantes, com pouca expressão facial.
  • Déficits cognitivos: dificuldades de memória, atenção e organização.

Causas e fatores de risco

Embora a causa exata da esquizofrenia não seja totalmente compreendida, diversos fatores contribuem para seu desenvolvimento:

  • Fatores genéticos: a doença é mais comum em pessoas com parentes próximos afetados, aumentando a probabilidade em casos de histórico familiar de transtornos psiquiátricos.
  • Neurotransmissores: desequilíbrios de dopamina, serotonina, glutamato e GABA estão relacionados ao transtorno, já que esses compostos regulam o humor, comportamento e funções cognitivas.
  • Fatores ambientais: experiências de abuso, trauma ou negligência na infância e o uso de substâncias podem ser gatilhos em pessoas predispostas geneticamente.
  • Complicações na gestação: infecções, falta de oxigênio e desnutrição durante a gravidez aumentam o risco de esquizofrenia.
  • Estresse: eventos estressantes, como perda familiar ou traumas, podem desencadear a doença em pessoas geneticamente predispostas.

Diagnóstico 

A esquizofrenia é diagnosticada com base nos sintomas, histórico médico e exame psiquiátrico. Não há exames definitivos, mas a neuroimagem pode mostrar alterações cerebrais. O diagnóstico é confirmado quando os sintomas persistem por pelo menos seis meses e afetam a vida do paciente. 

Também é necessário descartar outras condições com sintomas semelhantes, como transtornos afetivos, abuso de substâncias e distúrbios neurológicos.

Tipos de tratamento 

O tratamento é amplo e combina medicamentos e abordagens psicossociais para controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida:

Medicamentos antipsicóticos
  • Típicos (1ª geração): controlam sintomas psicóticos, mas podem causar efeitos motores, como tremores e rigidez.
  • Atípicos (2ª geração): usados em casos resistentes ao tratamento. 

Importante: o acompanhamento médico é essencial para ajustar a medicação e minimizar efeitos adversos.

Terapias psicossocial
  • Treinamento de habilidades sociais: ajuda a melhorar a interação social e a autonomia.
  • Reabilitação ocupacional: facilita a reintegração ao trabalho e à vida cotidiana.
  • Orientação para familiares: auxilia no entendimento da doença e no manejo de crises.
Hospitalização

Em casos graves ou durante surtos psicóticos, a hospitalização é essencial para estabilizar o paciente. Instituições especializadas, como o Hospital Estância Morro Grande, oferecem atendimento psiquiátrico intensivo com monitoramento contínuo. Após a estabilização, o tratamento ambulatorial é importante porque previne recaídas e garante uma recuperação sustentável a longo prazo.

Desmistificando a esquizofrenia 

A esquizofrenia é cercada por estigmas e desinformação, dificultando o tratamento e marginalizando os afetados. Vamos desmistificar três equívocos comuns:

Mito 1: Esquizofrenia é sinônimo de múltiplas personalidades

A esquizofrenia causa alterações no pensamento, percepção e comportamento, mas não envolve múltiplas identidades. Essa confusão ocorre com o transtorno dissociativo de identidade, que é uma condição distinta.

Mito 2: Pessoas com esquizofrenia são violentas

A maioria não apresenta agressividade e, na verdade, são mais vulneráveis a abusos e marginalização. O tratamento adequado reduz riscos e melhora a qualidade de vida.

Mito 3: Esquizofrenia é incurável

Embora sem cura definitiva, a condição pode ser controlada com tratamento, permitindo que muitos levem uma vida funcional, com trabalho, relações sociais e independência.

Dicas para lidar com a esquizofrenia

Aqui estão algumas dicas para lidar com a esquizofrenia, com foco no bem-estar e no suporte adequado:

  • Busque apoio: familiares, amigos e grupos ajudam a reduzir o isolamento.
  • Tenha rotina: sono, alimentação e atividades regulares trazem estabilidade.
  • Evite gatilhos: reduza estresse, substâncias psicoativas e noites sem sono.
  • Pratique o autoconhecimento: entender a doença facilita o enfrentamento.
  • Siga o tratamento: medicação e acompanhamento médico são fundamentais.
  • Invista em terapias: arte, música, meditação e exercícios melhoram o bem-estar.

Convivendo com a esquizofrenia

Viver com esquizofrenia é enfrentar um labirinto de percepções e o peso do estigma. O desafio vai além dos sintomas, envolvendo uma sociedade que frequentemente marginaliza e limita oportunidades. Cada dia exige coragem para buscar clareza e equilíbrio.

O objetivo não é “vencer” o transtorno, mas aprender a conviver com ele, se ajustando para manter o bem-estar emocional. Compreender, respeitar e cuidar da mente é indispensável, e o apoio de familiares, amigos e profissionais faz toda a diferença.

A maior batalha está no preconceito e na desinformação. Romper essas barreiras cria um ambiente mais inclusivo, onde as pessoas são vistas além do diagnóstico.

Esquizofrenia não define ninguém. Com apoio e as ferramentas certas, é possível superar desafios e viver plenamente. A verdadeira força está na aceitação e na coragem de seguir em frente.

HOSPITAIS ESTÂNCIA

O Hospitais Estância é o maior grupo do Brasil dedicado ao atendimento biopsicossocial com foco na saúde mental, seguindo padrões rigorosos da Anvisa e legislação específica. A matriz Estância Morro Grande (São Paulo), foi fundada em 2003, mas hoje, está presente em quatro unidades federativas e no Distrito Federal. Especializada no tratamento de distúrbios psiquiátricos, dependências e alcoolismo, conta com equipe multidisciplinar qualificada. Destaca-se pelo tratamento humanizado, integrando métodos terapêuticos imersivos, ressocialização e conduta medicamentosa em um espaço familiar e acolhedor. Oferece comunicação contínua com médicos psiquiatras e familiares durante a internação.

SOBRE O HOSPITAL ESTÂNCIA MORRO GRANDE

Com a localização privilegiada em Ibiúna, interior de São Paulo, iniciar sua jornada no Estância Morro Grande é simples, basta entrar em contato conosco através dos canais telefônicos e WhatsApp. Nossa equipe terá prazer em fornecer todas as informações necessárias, orientá-lo e responder a quaisquer dúvidas em sua jornada.

Ao escolher o HEMG para a recuperação da saúde mental, você está optando por uma instituição que se preocupa com seu bem-estar e está comprometida em ajudá-lo a transformar sua vida. Com uma abordagem humanizada, uma filosofia única de tratamento e uma equipe dedicada, o hospital é a escolha ideal. Entre em contato conosco e dê o primeiro passo em direção a um futuro melhor, utilize os botões abaixo:

Ligar
WhatsApp